Em face dos cada vez mais constantes eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas, a Sabesp tem intensificado os planos de contingência para diminuir os riscos de sua operação em São Paulo. A estratégia foi explicada pelo diretor de engenharia da companhia, Roberval Tavares Souza, que participou nesta terça, 22 de outubro, da abertura da 35ª Fenasan – Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, em São Paulo.
Segundo ele, a empresa agora mantém planos específicos para cada tipo de necessidade: estiagem, falta de energia e mesmo tempestades e inundações com potencial para dificultar ou fazer a empresa não entregar na integridade seus serviços de água e esgoto.
“Do ponto de vista da operação, a Sabesp trabalha por meio de padrões de trabalho. E com as mudanças climáticas percebemos que a cada dia tem mais um novo fator. Nesse caso, saímos da operação padrão e disparamos o plano”, disse Tavares em entrevista à Hydro.
O último plano disparado, explica o diretor, foi para atender o desabastecimento de energia provocado pela forte tempestade que atingiu a cidade de São Paulo no dia 15 de outubro. “O plano envolveu um conjunto de ações direcionadas a instalações de geradores nos pontos que faltaram energia porque a concessionária Enel não deu retorno”, disse.
Outra preocupação com o novo cenário, segundo Tavares, tem a ver com um trabalho de nova aproximação com os fornecedores da Sabesp. “Com a mudança climática há formas diferentes de operar. E com isso há também uma nova forma de interagir com a cadeia de fornecimento, ou seja, precisaremos de mais geradores, mais bombas diferentes, entre outras tecnologias”, explica.
Universalização
Dentro desse novo modo de lidar com a cadeia de fornecedores, o diretor de engenharia da Sabesp também chamou a atenção em sua participação na abertura da Fenasan para a nova meta de universalização da companhia, antecipada para 2029 depois do processo de desestatização como uma condição para a concessão.
“Antes eram 375 contratos, agora é um único contrato com 375 municípios aderentes”, disse. “E o grande desafio é a universalização. Estamos a cinco anos para entregar ao cidadão paulista os serviços completos e para isso convocamos a todos os fornecedores para que estejam preparados para essa grande mobilização”, disse.
Tavares explica ainda que o novo contrato de concessão envolve os municípios em suas integridades, ao contrário dos contratos de programa anteriores que se limitavam a áreas específicas de atendimento para serem atendidas. “Ou seja, todo cidadão que mora e tem imóvel nos 375 municípios atendidos pela Sabesp deverá ter acesso à água, coleta e tratamento de esgoto até 2029”, completou.
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